segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

Rio-Petrópolis-Rio Um Luxo da época I

Rio-Petrópolis-Rio Um Luxo da época I.
Em 31 de março de 1936, a Tribuna de Petrópolis noticiava com amplo destaque o que já era ansiado por toda a classe média local:

"Realizou-se ontem a inauguração da linha de onibus da União Transporte Interurbana da Luxo, que vao fazer o serviço entre o Rio de Janeiro e Petrópolis e vice-versa."

(foto do primeiro carro da UTIL no trajeto Rio Petrópolis, Coleção do Museu Imperial)

Não era uma longa noticia, mas, se afirmava pelo contexto de uma peça publicitária,  que relegava a um papel secundário o destaque informativo da citada noticia.

Porém, esta não deixava de revelar sua grande função e satisfazer a curiosa onda a todos aqueles que no momento necessitavam comunicar-se diretamente com o Rio de Janeiro.

Uma linha há mais nas comunicações terrestres da cidade com a Capital. Uma via por um percurso por onde, até então, somente a elite veranista ou local transitava com seus autos. Um requinte de viagem, cara, mas excepcional. Um caminho que deixava agora entrever uma "popularização" das viagens rodoviárias pela famosa estrada inaugurada recentemente, em 1928, com toda a "pompa" que Washington Luiz decretara. O modernismo finalmente chegara à serra.

Mas não seria uma "popularização" na concepção exata do que a palavra encerrava, isto, pois, servia diretamente aos interesses da classe média local ou a da capital federal, que agora passava a dispensar o trafego que há décadas se realizava pelos trens da Leopoldina.

Este sim, um caminho que passavam por vezes por diversas estações, por onde circulava uma população pobre, quase miserável, oriunda muitas vezes da periferia de sítios ou fazendolas pobre e que agora se faziam clientes de um trajeto constante para vender seus produtos por alguns centros com o barateamento das passagens da Leopoldina.

Luxo, requinte no serviço, símbolo do modernismo, é o que aportava na cidade serrana pela rodovia. A elitização dos transportes.

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