quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

QUITANDINHA 'AQUÁTICA'





A administração de Joaquim Rolla no Quitandinha, não poupou nem custos, nem tampouco zelo, principalmente após o fim da era dos Cassinos e a promoção do Hotel com a exigência de  padrões internacionais na época.
Podemos observar as fotos presentes em um livro sobre as atrações oferecidas pelo Hotel no decorrer dos anos 40. Uma pioneira e ousada jogada de marketing internacional, que Rolla promoveu em língua francesa pela Europa. Visava à recuperação financeira do empreendimento com o fim da era dos jogos, e talvez aguardando que novos presidentes revertessem à posição política anterior a de Dutra.

Na primeira foto observamos a piscina térmica, e na segunda a piscina infantil, podendo ser observado o cuidado com os serviços, já que até mesmo salva-vidas eram contratados no Rio para trabalhar nestas.
Imagens reproduzidas de livro publicitário do Hotel Quitandinha pertencente à Silvio de Carvalho.

MEMÓRIAS FOTOGRÁFICAS




A primeira foto do portal de entrada do Hall do Hotel com os carros de praça ao longe e o manobrista sempre presente com seu traje padrão da hotelaria do Quitandinha. A seguir a foto da 'prainha' que existiu na cabeceira do lago, próxima também a uma piscina e dech, e também próxima ao restaurante externo. Note que eram barcos na época para dar um passeio pelo lago, os famosos pedalinhos foram criados posteriormente pelo "Santa Paula Club" nos anos 60. Informação complementar: Os carros, autos de aluguel a partir da Segunda Grande Guerra no Brasil, passaram a ser popularmente denominados de 'carros de praça' pois seus pontos por normas municipais situavam-se sempre em praças dos centros urbanos ou bairros da cidade. 



Pesquisa,

Publicidades

Publicidades

A flâmula que apresenta a imagem do Hotel, material de marketing característico da sociedade norte-americana quanto as escolas e associações esportivas; a moeda comemorativa da V Exposição de Flores e Frutos que se realizou em 1953, com a chancela da Secretaria de Agricultura Indústria e Comércio do Estado do Rio de Janeiro e um chaveiro promocional do Hotel Quitandinha.

segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

Apresentação

Eu e a Virginia somos da cidade Rio, há uns 8 meses nós "namoramos" o Palácio Quitandinha e colocamos na cabeça que iríamos morar lá. Pois bem depois de muita procura e negociações, idas e vinda Rio-Petrópolis, finalmente em outubro de 2010 se tornou realidade.

O lugar é tão fascinante com sua historia, imponência e arquitetura marcante, que resolvemos criar este Blog para compartilhar com amigos e visitantes, que só o conhecem por fora e  de textos repetidos falando sobre ele a mesmas Historia.

Nossa proposta é levar o que vocês desconhecem da "história" que não está sendo contada nas buscas pela Internet. Com o objetivo de compartilhar nossas experiências de viver 24h no Palácio Quitandinha para descortinar um lado misterioso desta magnífica obra.

Aqui vocês conhecerão além da entrada do lobby e da grandiosidade de fachada, poderão conhecer e ir aonde os turistas não podem, as historias de décadas de existência Imagine-se morando em um patrimônio histórico e cultural do Brasil, que é visitado diariamente por pessoas de todo o Brasil e do exterior e que ao descer pelos elevadores você tem uma pista de patinação no gelo, um boliche, um teatro e outras coisas. Você terá o novo e o antigo vivendo harmoniosamente neste mesmo espaço.

Através de seus corredores é como viajar em um túnel do tempo e retornar há sessenta anos atrás, onde o Quitandinha tinha o grande movimento do cassino com a visita de personalidades de nossa política e sociedade.

Frequentemente publicaremos fotos e arquivos com a história relacionada a este marco da arquitetura e cultura do Estado do Rio de Janeiro, Petrópolis e do Brasil.


Rio-Petrópolis-Rio Um Luxo da época II

Rio-Petrópolis-Rio Um Luxo da época II
(Os moderníssimos carros da UNICA na garagem que foi da FILPO, foto da coleção do Museu Imperial)

A empresa, União Transporte Interurbana de Luxo, UTIL como ficou conhecida, não sofreu qualquer concorrência durante seus primeiros anos de funcionamento, sendo somente atingida pelo processo capitalista a partir de 1943, com o modismo de criação de cassinos na região que traziam para a estrada uma nova empresa, a UNICA.
A Tribuna de Petrópolis assim noticiava seu aparecimento:
1943 - Janeiro.

"Uma nova empresa de transportes, a Única, inicia suas atividades transportando passageiros na linha Rio - Petrópolis. Sua frota é composta de 11 ônibus Chevrolet White e Ford."

O Hotel Quitandinha destacava-se pois passava a receber com prioridade a nova frota que se deslocava por sua frente normanda coberta, com  grande requinte, deixando passageiros muitos especiais, quase moradores do Hotel, depois de sair com imensa volúpia da Rodoviária da Praça Mauá seguindo em direção à Petrópolis. Servindo tanto a turistas, como jogadores inveterados, que ricos e embriagados às altas horas da noite, logo após diversos shows que a casa de Joaquim Rola patrocinava, desciam preferencialmente nos autos de praça diretamente para o Rio, mais precisamente para Botafogo, Flamengo ou Copacabana. Já no centro da cidade serrana, servindo aos recém construídos espigões, outros símbolos de modernidade na serra.

Ao final dos anos 50 e no decorrer dos 60, a febre de locomoção à passeio para o Rio dominava a nossa cidade, principalmente com o objetivo familiar de visitar pontos turísticos, fazer pic-nic na serra, passear por ela. Um turismo de fim de semana.

Para este momento contribuíram os carros que despontavam famosos e que ficaram conhecidos como "tatuzinhos". Verdadeiros ônibus de vanguarda, cujo designer e conforto, seduziam passageiros, e fazia com que as crianças e jovens delirassem. Um “fino” programa da classe média petropolitana da época. Classe que hoje fenece vitima de um ciclo de políticas desenvolvidas pelo poder público.

(o "tatuzinho", cujo destaque é sua traseira especial com resfriador)


Pesquisa,

Rio-Petrópolis-Rio Um Luxo da época I

Rio-Petrópolis-Rio Um Luxo da época I.
Em 31 de março de 1936, a Tribuna de Petrópolis noticiava com amplo destaque o que já era ansiado por toda a classe média local:

"Realizou-se ontem a inauguração da linha de onibus da União Transporte Interurbana da Luxo, que vao fazer o serviço entre o Rio de Janeiro e Petrópolis e vice-versa."

(foto do primeiro carro da UTIL no trajeto Rio Petrópolis, Coleção do Museu Imperial)

Não era uma longa noticia, mas, se afirmava pelo contexto de uma peça publicitária,  que relegava a um papel secundário o destaque informativo da citada noticia.

Porém, esta não deixava de revelar sua grande função e satisfazer a curiosa onda a todos aqueles que no momento necessitavam comunicar-se diretamente com o Rio de Janeiro.

Uma linha há mais nas comunicações terrestres da cidade com a Capital. Uma via por um percurso por onde, até então, somente a elite veranista ou local transitava com seus autos. Um requinte de viagem, cara, mas excepcional. Um caminho que deixava agora entrever uma "popularização" das viagens rodoviárias pela famosa estrada inaugurada recentemente, em 1928, com toda a "pompa" que Washington Luiz decretara. O modernismo finalmente chegara à serra.

Mas não seria uma "popularização" na concepção exata do que a palavra encerrava, isto, pois, servia diretamente aos interesses da classe média local ou a da capital federal, que agora passava a dispensar o trafego que há décadas se realizava pelos trens da Leopoldina.

Este sim, um caminho que passavam por vezes por diversas estações, por onde circulava uma população pobre, quase miserável, oriunda muitas vezes da periferia de sítios ou fazendolas pobre e que agora se faziam clientes de um trajeto constante para vender seus produtos por alguns centros com o barateamento das passagens da Leopoldina.

Luxo, requinte no serviço, símbolo do modernismo, é o que aportava na cidade serrana pela rodovia. A elitização dos transportes.

Fazenda do Quitandinha

FAZENDA DO QUITANDINHA

Foto do  lago da Fazenda do Quitandinha.

A foto do lago, assim como esta da Fazenda, encontram-se presentes no Anuário do Museu Imperial vol. IX, na página 32 a que reproduzimos acima, e na de no.40 a do lago, anteriormente reproduzida.
As mesmas fotos foram republicadas em inúmeros jornais e revistas do período da aquisição da fazenda por Joaquim Rolla e na época da construção do Hotel Cassino.


Linha de Ônibus

QUITANDINHA E SEU ÔNIBUS EM 1948

"Recentemente ao trabalhar com material impresso do editor Sylvio de Carvalho, me deparei com uma publicidade produzida especialmente por Sylvio para sua publicação Vida Serrana em 1948.
A publicação foi o seu debut na imprensa. Sylvio acabou de comemorar 60 anos de intensa atividade profissional.
Na época a cidade possuía algumas empresas realizando transportes para os bairros e distritos em substituição ao antigo sistema de lotações que sucedera em 1932 aos bondes. 
Nesta foto-publicidade apresenta-se a ‘Cia. Rodoviária de Transportes Petrópolis’, empresa constituída por João Varanda que, especialmente, transportava passageiros para o Hotel Quitandinha no período. 
(...)
Segundo Geraldo Pires Antunes, este ônibus de 1948, pertencia às unidades de carrocerias fabricadas pelo próprio J. Varanda para o chassi Chevrolet. Varanda fabricava inúmeras carrocerias também para os lotações do Rio de Janeiro ao final dos anos 40. Na mesma época carrocerias de ônibus mais robustas eram montadas para o chassi de caminhões Internacional que se habilitavam para longas viagens no país, como Rio e São Paulo.
Varanda foi o primeiro a adquirir a antiga gare e oficina dos bondes na Rua Padre Siqueira para estabelecer uma fábrica de carrocerias assim como garagem. Vendendo-a mais tarde para a Única. Tornou-se o mais importante empresário petropolitano nas décadas de 40 e 50.
O ônibus da foto-publicidade, fazia a linha 3 na época para o Hotel. Segundo Orlando Klôh, que trabalhou no cassino, estes ônibus trafegavam em alta velocidade, pois eram poucos e faziam muitas viagens, vez por outra ocorrendo acidentes, principalmente pela madrugada quando ocorria o transporte de funcionários que dormiam nos apartamentos alugados por Rolla no Edifício Imperador, cuja construção contou também com seu patrocínio financeiro."
(Silveira Filho, Oazinguito Ferreira. Mais Memórias Petropolitanas?, Tribuna de Petrópolis, 28/07/2009)

Obs: Olhem o Nº do telefone!!!

Rio Quitandinha, nome que deu origem ao bairro do Quitandinha e ao Hotel.

RIO QUITANDINHA

O rio Quitandinha, um dos principais rios de Petrópolis, atravessa uma área bastante urbanizada em seu percurso até o centro da cidade. Desenvolve-se ao longo da rua Coronel Veiga, importante via de comunicação com o município do Rio de Janeiro, com seção de escoamento extremamente reduzida em alguns trechos e com inúmeras travessias de ruas, de acesso a residências e estabelecimentos comerciais, algumas delas estreitando ainda mais a seção do canal. Sua calha está frequentemente sujeita a transbordamentos, encontra-se confinada entre muros limitados pela rua Cel. Veiga (M.D) e pelas edificações (M.E), e não oferece condições de receber as adequações necessárias para fazer frente às enchentes.
Deve-se ressaltar ainda que qualquer alteração na canalização do rio Quitandinha torna-se complexa, se considerarmos que o rio é tombado pelo patrimônio histórico.
Diante disto, a solução proposta foi a implantação de galeria em concreto armado paralela ao rio, sob a rua Coronel Veiga, de modo que a vazão de cheia seja dividida pelo rio e pela galeria, sem que ocorra extravasamentos. A galeria foi dimensionada considerando aproveitamento máximo da calha atual do rio para um tempo de recorrência de 20 anos.

Descrição das Obras: (Figura 1, Figura 2, Figura 3, Figura 4, Figura 5, Figura 6, Figura 7 e Figura 8)
  • Implantação de galeria de concreto armado sob a rua Coronel Veiga com dimensões de 4,00 x 2,50m numa extensão de 950m, com início próximo à rua Marquês do Paraná até cerca de 200m a montante da confluência com o rio Aureliano.
  • Implantação de galeria de concreto armado sob a rua Coronel Veiga com dimensões de 5,00 x 2,70m numa extensão de 545m.
  • Limpeza da calha do rio numa extensão aproximada de 2 km.
O custo das intervenções é apresentado no Quadro 1

domingo, 26 de dezembro de 2010

História do Palácio Quitandinha


Construído em 1944 por Joaquim Rolla, para ser o maior cassino hotel da América Latina, foi construído em estilo rococó hollywoodiano (internamente) e normando-francês (externamente), este último bastante presente na arquitetura de Petrópolis devido à colonização alemã.
Interior do Quitandinha.
Possui 50 mil metros quadrados e seis andares, divididos em 440 apartamentos e 13 grandes salões com até 10 metros de altura. A cúpula do Salão Mauá é a segunda maior cúpula do mundo possuindo 30m de altura e 50m de diâmetro.
Em sua construção foi usada uma grande quantidade de areia da praia do Submundo. O lago em toda a extensão de sua imponente fachada possui o formato do mapa do Brasil e foi construído como único suporte viável no caso de um inesperado incêndio.
Passaram por seus salões estrelas do porte de Errol FlynnOrson WellesLana TurnerHenry FondaMaurice ChevalierGreta GarboCarmen Miranda,Walt DisneyBing Crosby e até um rei destronado (Carol II da Romênia). E políticos como Getúlio Vargas e Evita Perón, quando da Conferência Interamericana de 1946. Nas suas dependências ocorreu a assinatura da declaração de guerra dos países americanos ao Potências do Eixo, durante aSegunda Guerra Mundial. Realizou-se também, em 1957, a 16ª Conferência Mundial de Bandeirantes, que contou com representantes de 23 países Associados à WAGGGS (Word Association of Girl Guides and Girl Scouts).
Em 30 de maio de 1946, o presidente Eurico Gaspar Dutra decretou a proibição do jogo no Brasil e o Quitandinha não conseguiu sobreviver apenas como hotel por muito tempo.
Seus apartamentos foram vendidos por Joaquim Rolla a partir de 1963, fazendo ali um dos maiores clubes do mundo, que lucrou muito com o aumento da economia brasileira nos anos 70 , embora não tenha conseguido se manter por vender muitos títulos de sócios remido(sócios fixos sem pagar mensalidade) e assim perdeu o lucro que ganhava mensalmente.
Outro fato que agravou o clube foi o surgimento da inflação no Brasil e do aumento dos turistas no litoral fluminense (Cabo FrioBúzios), o que diminuiu ainda mais o número de sócios pagantes.
Com os fatos citados o clube não se manteve, pelo alto custo do então clube mais caro da América Latina(quase 100% frequentado por cariocas).
A parte social é utilizada para congressos, eventos, shows, feiras e outras opções de lazer. O Palácio tem o maior teatro e patinação no gelo(em reforma) da América Latina. Há um restaurante diariamente aberto ao público.
Restaurante.
O boliche do condomínio tercerizado pelo SESC está em reforma assim como toda a parte de entretenimento.
O Palacio Quintandinha ainda é conhecido como o maior e mais legítimo palácio do Brasil e ao lado do Colón(Uruguay) como os maiores da América Latina.
Atualmente o ex-apartamento de Getúlio Vargas é ocupado por uma família.



Selos de comemoração de 1948